100 escolas estaduais adotarão o novo modelo a partir do segundo semestre de 2025
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) oficializou a lista das instituições que passarão a integrar o Programa de Escolas Cívico-Militares (ECM), com previsão de implementação no segundo semestre de 2025. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (29), consolidando um projeto que abrangerá 100 unidades escolares distribuídas em diferentes municípios paulistas.
Entre as escolas selecionadas, destacam-se a Escola Estadual Albino Fiore, localizada em Caieiras, e a Escola Estadual Arthur Weingrill, em Mairiporã. Ambas passaram por todas as etapas de consulta pública e foram aprovadas pela comunidade escolar, garantindo sua participação na iniciativa.
Participação da Comunidade Escolar
A escolha das instituições ocorreu por meio de três rodadas de votação, nas quais pais, alunos, professores e funcionários puderam se manifestar sobre a adesão ao programa. Para que uma escola fosse considerada apta, era necessário atingir o quórum mínimo de 50% mais um dos votos válidos, assegurando ampla representatividade da comunidade escolar no processo de decisão.
Segundo a Seduc-SP, mais de 106 mil votos foram registrados ao longo das votações realizadas em toda a rede estadual. No total, 87% dos participantes se posicionaram favoravelmente à implementação do modelo cívico-militar. Em algumas unidades, como Albino Fiore e Arthur Weingrill, a aceitação foi expressiva, consolidando a inclusão dessas escolas na lista oficial do programa.
Critérios de Seleção das Escolas
Inicialmente, 132 escolas foram aprovadas pelas comunidades escolares, mas apenas 100 poderiam ser selecionadas para a implementação do programa em 2025. Para definir a lista final, a Seduc-SP aplicou critérios técnicos, garantindo um processo seletivo transparente. Os principais fatores considerados foram:
- Representatividade municipal, assegurando que ao menos uma escola por município participante fosse contemplada.
- Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS), que mede o grau de fragilidade socioeconômica das regiões envolvidas.
- Desempenho educacional, com base no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (IDESP).
Com isso, o programa atenderá escolas de 89 cidades, incluindo áreas da capital, região metropolitana, litoral e interior. Dessas localidades, 80 apresentam Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo da média estadual, evidenciando a prioridade dada a regiões com maior necessidade de suporte educacional.
Funcionamento do Modelo Cívico-Militar
Embora passem a operar sob o novo modelo, as escolas selecionadas seguirão o Currículo Paulista, preservando a base pedagógica utilizada na rede pública estadual. A principal novidade será a presença de monitores civis e militares, responsáveis por atuar em conjunto com a gestão escolar, reforçando a disciplina, o respeito e a organização dentro das instituições.
Os monitores serão escolhidos por meio de um processo conduzido pela Seduc-SP, contando com o suporte da Secretaria da Segurança Pública, que ficará encarregada da verificação de antecedentes dos candidatos. Essa etapa garantirá que os profissionais selecionados possuam histórico adequado para atuar nas unidades escolares.
Impacto Esperado e Objetivos da Iniciativa
A proposta do modelo cívico-militar visa melhorar o rendimento acadêmico, além de fortalecer valores como cidadania, responsabilidade e respeito no ambiente escolar. A expectativa do governo estadual é que a presença dos monitores contribua para:
- Reduzir índices de indisciplina, criando um ambiente mais estruturado para os alunos.
- Melhorar a relação entre estudantes e professores, promovendo uma convivência mais harmônica.
- Auxiliar na gestão das escolas, implementando ações que favoreçam o desenvolvimento acadêmico e socioemocional dos alunos.
Além disso, a escolha das unidades priorizou municípios que enfrentam maiores desafios socioeconômicos, refletindo o compromisso da Seduc-SP em oferecer soluções educacionais eficazes para áreas com IDH abaixo da média estadual e nacional.
Próximos Passos
Com a definição das escolas participantes, a Seduc-SP iniciará os preparativos para a transição ao novo modelo. Isso incluirá:
- Capacitação dos monitores e professores, garantindo uma implementação estruturada.
- Comunicação contínua com a comunidade escolar, esclarecendo dúvidas e ajustando detalhes do programa.
- Planejamento para que todas as unidades estejam plenamente operacionais no segundo semestre de 2025.
O governo estadual acredita que essa iniciativa pode representar um avanço significativo na educação paulista, impactando diretamente cerca de 50 mil estudantes.